

À frente da Agência de Desenvolvimento do Turismo de Santa Catarina, Renê Meneses está confiante de que um dos setores que mais sentiu os efeitos da pandemia conseguirá se recuperar com fôlego na temporada de verão. Após percorrer feiras e eventos pelo país “vendendo” às qualidades de SC, o presidente da Santur confia que o turista interno será predominante nos próximos meses e acredita que o estado está preparado para recebê-los, com todas as suas peculiaridades regionais. Essa é, inclusive, uma das missões da Santur: mostrar que cada canto tem potencial a ser explorado. Para tanto, a agência criou uma central de dados chamada Almanach, onde reúne informações de todas as 13 regiões turísticas do estado. Além disso, a agência lançou do Inovatur II, um programa que aposta na inovação e criatividade para oferecer a infraestrutura básica que o turismo catarinense precisa. Confira e entrevista exclusiva à coluna Pelo Estado.

Renê Meneses, presidente da Santur | Foto Saul Oliveira/Divulgação/Santur
Quais as perspectivas para o verão que se aproxima e que muitos esperam com grande movimento?
O setor do turismo foi extremamente impactado pela pandemia, foi o último a voltar às atividades. Mas a gente tem toda uma demanda represada e uma expectativa muito boa para a retomada do turismo. Pelas informações que temos, hotéis, pousadas, casas, enfim, estão com as reservas lá em cima. Estamos numa batalha muito forte tanto no mercado interno quanto externo, além de um esforço muito grande para liberar fronteiras, porque temos uma boa parte dos turistas que vêm de carro e ônibus para Santa Catarina. A gente já conseguiu um avanço muito importante no turismo aquaviário, com relação aos cruzeiros. Conseguimos abrir os cruzeiros internos, que é uma economia muito forte. Criamos uma promoção voltada para eixos do nosso mercado interno, vamos trabalhar muito para atrair turistas de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, que é um mercado consolidado, enfim, estamos muito esperançosos de termos uma grande temporada de Verão.
A expectativa maior é a da chegada de turistas internos?
A nossa expectativa é essa. Como ainda muitos países estão fechados, o turista não vai viajar para fora, ele vai tentar algo parecido com o que tem lá fora. A gente criou uma central de dados aqui na Santur, onde a gente monitora toda essa movimentação mês a mês. Por isso, com essa central de dados, a gente consegue investir nesse mercado que vem mais para Santa Catarina. A ideia é vender muito o estilo de vida do catarinense, para que o turista que vem de fora possa consumir um pouco disso, como que o morador daqui vive, a gastronomia, estamos trabalhando muito com isso.
A Santur foi premiada com o Inovatur, que é um programa que aposta em ações diversificadas. Como ele funciona?
O objetivo do Inovatur é exatamente esse de ações diversificadas. Queremos que quem convive lá na ponta possa nos trazer as propostas. A gente conseguiu sensibilizar o governo da importância dessa inovação, colocamos recursos para destinar às 13 regiões turísticas do estado um aporte financeiro para que empresas, startups, pudessem desenvolver produtos e serviços, para que a Santur pudesse se utilizar disso nas participações de feiras e eventos. Já estamos na segunda etapa desse programa. Começamos com R$ 300 mil e agora já estamos investindo R$ 900 mil. E a ideia é dobrar esse valor para o ano que vem e contemplar mais propostas. Nossa iniciativa é buscar que cada município possa desenvolver o seu produto e a tecnologia lá na sua região e não ficar só em Florianópolis, que é o nosso maior polo turístico. Queremos pulverizar.
Foi apresentado recentemente um projeto de um parador na Serra do Rio do Rastro em um nível muito alto. Esse é parâmetro que vocês pretendem para a Serra Catarinense?
É muito importante deixar bem claro para todos os catarinenses que nós apresentamos esse projeto desse equipamento para que a iniciativa privada pudesse apresentar para a gente o que é possível fazer, o que tem de viabilidade. Não quer dizer que tudo aquilo será feito. Ele serve de referência. Ali cabe, dentro do estudo de viabilidade, uma pista de patinação, lojas, restaurantes, bares, bondinho, casa de campo, spa, enfim, tudo isso foi estudado e cabe fazer. Ou seja, houve uma discussão com a sociedade, com o município, para que a gente tivesse a informação necessária, um diagnóstico e montasse o edital com base nesse estudo. Achamos que a Serra Catarinense tem um potencial gigantesco, por isso fizemos todos esses investimentos nessa região, mas precisamos dar um up em equipamentos. A gente tem exemplos claros do nosso lado e se a gente não apresentar equipamentos deste nível, a gente vai ficar para trás.